quinta-feira, 24 de maio de 2012

"Teoria dos dois mundos"


Platão foi um filósofo grego (427 a.C.?-347 a.C.?), um dos mais importantes de todos os tempos. Suas teorias, chamadas de platonismo, concentram-se na distinção de dois mundos: Sensível e Inteligível, e apresentam-se como o cerne do pensamento platônico e se encontra explicitada no famoso “Mito da Caverna”. Com a criação da teoria da distinção dos mundos sensível e inteligíveis, Platão, denomina a matéria como algo imperfeito, em constante estado de mudança, era preciso que a filosofia se afastasse do mundo sensível, para ocupar o mundo verdadeiro, visível apenas ao pensamento. Dai o surgimento de dois mundos diferentes e separados. O mundo sensível, dos fenômenos e acessível aos sentidos, e o mundo das ideias gerais ou inteligíveis, definido como o mundo das essências imutáveis, que o homem atinge pela contemplação e pela depuração dos enganos dos sentidos.
A “Ideia” para Platão representa uma causa inteligível, ou seja, representa aquilo que o pensamento mostra quando está livre do sensível, constituindo o chamado “verdadeiro ser”. Portanto, o mundo sensível, é uma espécie de imitação do inteligível, tal qual uma pintura de uma árvore é uma imitação da árvore verdadeira.
No “Mito da Caverna”, onde Platão faz uma alegoria usada por Sócrates para esclarecer algumas questões sobre a importância da Educação dos filósofos para serem governantes da cidade justa. Muitas vezes, nos sentimos aprisionados, e permanecemos aprisionados por uma grande parte da vida, alguns até por toda a vida. Os grilhões e as correntes da “caverna” são a nossa ignorância e tudo aquilo que permitimos nos aprisionar, que não nos permite sair em busca do conhecimento, aquilo que nos faz ver apenas “sombras” do que é, na verdade, a realidade, tais como: a religião, preconceito, filosofias sociais, subculturas populares falsas, falta de estudos, preguiça, conceitos políticos, vícios, afinal, aquilo que não nos permite pensar e refletir e o que não nos permite caminhar e poder analisar ou pensar sobre o que vemos. O que não nos permite “virar o pescoço” e olhar para os lados. Enfim, o senso comum é o que prende o homem no fundo da caverna, é preciso sair do senso comum, do fundo da caverna, e ver o que o mundo lhe prepara. A luz do Sol no mundo das ideias a luz do sol refletida é apenas um surto de consciência dos seres humanos normais, e que sua visão afetada, não consegue entender certas situações, que “dentro da caverna”, ele não é capaz de entender que a luz vem do sol, e que o mesmo é capaz de regular as estações, que governa tudo no mundo visível e que dentro da caverna seria impossível entender o sol e o mundo visível. O ser humano é mutável, ou seja, está sempre mudando, se refazendo, nada é eterno, nada permanece como verdade para sempre. O mundo iluminado pelo sol representa uma busca incessante por “algo a mais”, por provas de si mesmo. Além do mundo real que estava lá fora, o ser também se torna real, por estar consciente de si mesmo e dos outros homens existentes no mundo real. O prisioneiro que se liberta da caverna mostra a consciência que conduz ao mundo das ideias, é o esforço necessário para sair do marasmo e do conformismo, e liberta o homem dos seus grilhões.

http://santuariodosfilosofoscontemporaneos.blogspot.com.br/2008/09/o-mito-da-caverna-em-partes.html

Um comentário:

  1. A teoria das ideias representa a tentativa de conciliares duas grandes tendências anteriores da filosofia grega: a concepção do ser eterno e imutável de Parmênides e a concepção do ser plural e móvel de Heráclito.

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