Não há como educar fora do
mundo. A educação, de qualquer modo que a entendamos, sofrerá necessariamente o
impacto dos problemas da realidade em que acontece, sob pena de não ser
educação. Em função dos problemas existentes na realidade é que surgem os
problemas educacionais, tanto mais complexos quanto mais incidem na educação
todas as variáveis que determinam uma situação. Deste modo, a “Filosofia na educação”
transforma-se em “Filosofia da Educação” enquanto reflexão rigorosa, radical e
global ou de conjunto sobre os problemas educacionais. De fato, os problemas
educacionais envolvem sempre os problemas da própria realidade. A Filosofia da
Educação apenas não os considera em si mesmos, mas enquanto imbricados no
contexto educativo. O ato de pensar na Filosofia da Educação é elaborar
maneiras de organização das áreas do conhecimento da educação, dessa forma construindo
novas formas de agir, a maioria das vezes com intenções buscando um olhar
apurado sobre a aprendizagem.
Já que a educação é o
processo de tornar-se homem de cada homem, é necessário refletir sobre o homem
para que se possa saber o “para onde” se deve orientar a educação. É
necessário, porém, que esta reflexão não seja unicamente teórica, abstrata,
desencarnada. É preciso levar em conta a situação espácio-temporal em que
ocorre o processo.
A filosofia é, assim, norteadora de todo o
processo educativo. O que
se conhece normalmente pelo nome de filosofia da educação não o é propriamente,
mas identifica-se, ora com a "filosofia de vida", ora com a
"ideologia". Acredita-se, porém, que a filosofia da educação só será
mesmo indispensável para a formação do educado, se ela for encarada, como uma
reflexão sobre os problemas que a realidade educacional apresenta. O educador e
educando devem filosofar, ou seja, devem refletir sistematicamente,
buscando as raízes dos problemas - seus e de seu tempo - de modo a formar uma
“visão de mundo” e adquirir criticamente princípios e valores que lhes orientem
a vida. Não há, portanto, como fugir à filosofia no campo da educação. Ela se
relaciona intimamente com a função nem sempre levada a sério e, não obstante,
fundamental, de avaliar. De fato, a avaliação resume, de certo modo, ou
acompanha, como um vetor ou como um eixo orientador, todo o processo
educacional. Ela se faz presente no início do processo, ao estabelecermos as
metas; no seu decurso, quando traçamos e executamos as estratégias; no final,
quando julgamos o que e quanto foi cumprido. Ora, avaliar é emitir juízos de
valor e estes implicam sempre, queiramos ou não, consciente ou inconscientemente
uma posição filosófica, uma filosofia.
Referências bibliográficas
KNELLER, Georges. Introdução à
filosofia da educação. 4.ed. Rio de Janeiro: Zahar, 1972.
http://mabgeo.blogspot.com.br/2012/05/o-que-voce-entende-por-filosofia-da.html
Notamos que dentro de uma sociedade não se manifesta como um fim em si mesmo, mas sim como um instrumento de manutenção ou transformação social. Assim sendo, ela necessita de pressupostos, de conceitos que fundamentem e orientem os seus caminhos.
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