Desde
os tempos mais remotos, percebemos que o ser humano sempre se preocupou em
buscar explicações sobre as origens, sobre o sentido da vida, da morte e dos
acontecimentos aparentemente inexplicáveis que ocorrem à nossa volta. Por meio
do sobrenatural, do transcendente, os povos primitivos lidavam melhor com a
realidade, situando-se de forma espontânea no mundo. As várias culturas trazem
mitos sobre a origem do mundo, da tribo, do homem, dos vegetais, dos animais,
da alegria, da dor, etc.
Na cultura
ocidental, mito é um discurso pronunciado ou proferido para ouvintes que
recebem como verdadeira a narrativa, porque confiam naquele que narra; é uma
narrativa feita em público, baseada, portanto, na autoridade e confiabilidade
da pessoa do narrador, pois acredita-se que o poeta é um escolhido dos deuses,
que consegue enxergar os acontecimentos passados e ver a origem de todos os
seres e de todas as coisas.
O mito expressa, por meio do seu poder criativo, como as
coisas passaram a existir, apesar de se constituir como uma criação, ele não pode
ser interpretado como uma simples invenção, a sua finalidade é representar, por
meio de uma linguagem simbólica, a realidade do mundo humano. O mito é marcado
por um forte simbolismo, por uma forma de expressão até mesmo literária.
Desprovido de qualquer caráter lógico e racional, o mito nem sempre possui
sentido, ficando às vezes no plano da sugestão. Por isso está sujeito às mais
variado interpretações.
O mito não se importa com contradições, com o fabuloso
e o incompreensível, não apenas por esses traços serem próprios da narrativa
mítica, como também porque a confiança e a crença no mito partem da autoridade
religiosa do narrador. A filosofia, ao contrário, não admite contradições,
fabulação e coisas incompreensíveis, mas exige que a explicação seja coerente,
lógica e racional; além disso, a autoridade da explicação não vem da pessoa do
filósofo, mas da razão, que é a mesma em todos os seres humanos.
Exemplo de Mito:
Minotauro
O Minotauro é um dos personagens mais
conhecidos da mitologia grega. Segundo o mito, o Minotauro era um ser com
cabeça e cauda de touro e corpo de homem que habitou um labirinto na ilha de Creta.
O Minotauro
teria nascido quando seu pai, futuro rei de Creta, fez um pedido ao deus dos
mares, Poseidon.
O pedido foi que ele, Minos, queria ser rei de Creta. Poseidon disse então que
enviaria a Minos um touro dos mares e que esse animal deveria ser sacrificado
como oferenda.
Quando o
touro surgiu dos mares, Minos não teve coragem de sacrificar o animal, pois o
achou muito lindo. Substituiu-o por um de seus touros esperando que Poseidon
não notasse a diferença. Porém, Poseidon percebeu que fora enganado e decidiu
castigar Minos. Decidiu não lhe tirar o trono. Poseidon fez com que a mulher de
Minos, Pasífae se apaixonasse pelo touro, sendo que dessa união nasceu o
minotauro.
Com medo e
desprezo pelo “filho” de sua esposa, porém sem coragem para matá-lo, Minos mandou
construir um labirinto abaixo de seu castelo para prender o Minotauro.
Anos depois,
Minos derrotou Atena
em uma guerra que lhe custou um dos filhos. Atena como vingança, ordenou que
todo ano fossem enviados 7 moças e 7 rapazes atenienses para o labirinto.
Após 3 anos
de sacrifícios, um jovem de nome Teseu decidiu enfrentar o Minotauro
voluntariamente. Ao chegar ao palácio se apaixonou por uma das filhas do rei, Ariadne.
Ariadne,
correspondendo a paixão de Teseu, entregou a ele uma espada mágica para matar o
minotauro e também um novelo de lã para ele encontrar o caminho de volta. Teseu
ficou algum tempo a procura do Minotauro, pois teve de ser cauteloso para não
ser pego de surpresa.
Quando ele
avistou o Minotauro atacando um dos atenienses, apunhalou-o por trás matando-o.
Após isso Teseu resgatou os atenienses e voltou pelo caminho do novelo de lã
para encontrar sua amada.
Numa narratologia, o vocábulo "mito" é tomado como elemento estrutural do texto literário, distinguindo-se o mito religioso, que implica numa crença cultivada por um grupo social e que está na base das várias mitologias, do mito artístico, que é uma história fantasiada por um poeta. Assim, o mito de Apolo, o deus da luz, imaginado pela totalidade do povo grego, é diferente de mito de Capitu, criação individual de Machado de Assis. Os dois tipos de mito têm em comum o fato de serem histórias "ficcionais", quer dizer, inventadas, frutos da fantasia, sem nenhuma comprovação de sua existência no mundo da realidade.
ResponderExcluirEste comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirOs mitos são histórias que não podem ser realmente afirmadas. O mito é uma forma de narrativa que não explica racionalmente a origem das coisas e a realidade. Gosto muito da história do Minotauro é um dos personagens mais conhecidos da mitologia grega. Segundo o mito, o Minotauro era um ser com cabeça e cauda de touro e corpo de homem que habitou um labirinto na ilha de Creta. Eu postei a história de Eros e Psiquê, pois gosto muito da mitologia grega.
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