quinta-feira, 24 de maio de 2012

Filosofia da Educação


Não há como educar fora do mundo. A educação, de qualquer modo que a entendamos, sofrerá necessariamente o impacto dos problemas da realidade em que acontece, sob pena de não ser educação. Em função dos problemas existentes na realidade é que surgem os problemas educacionais, tanto mais complexos quanto mais incidem na educação todas as variáveis que determinam uma situação. Deste modo, a “Filosofia na educação” transforma-se em “Filosofia da Educação” enquanto reflexão rigorosa, radical e global ou de conjunto sobre os problemas educacionais. De fato, os problemas educacionais envolvem sempre os problemas da própria realidade. A Filosofia da Educação apenas não os considera em si mesmos, mas enquanto imbricados no contexto educativo. O ato de pensar na Filosofia da Educação é elaborar maneiras de organização das áreas do conhecimento da educação, dessa forma construindo novas formas de agir, a maioria das vezes com intenções buscando um olhar apurado sobre a aprendizagem.
Já que a educação é o processo de tornar-se homem de cada homem, é necessário refletir sobre o homem para que se possa saber o “para onde” se deve orientar a educação. É necessário, porém, que esta reflexão não seja unicamente teórica, abstrata, desencarnada. É preciso levar em conta a situação espácio-temporal em que ocorre o processo.
A filosofia é, assim, norteadora de todo o processo educativo. O que se conhece normalmente pelo nome de filosofia da educação não o é propriamente, mas identifica-se, ora com a "filosofia de vida", ora com a "ideologia". Acredita-se, porém, que a filosofia da educação só será mesmo indispensável para a formação do educado, se ela for encarada, como uma reflexão sobre os problemas que a realidade educacional apresenta. O educador e educando devem filosofar, ou seja, devem refletir sistematicamente, buscando as raízes dos problemas - seus e de seu tempo - de modo a formar uma “visão de mundo” e adquirir criticamente princípios e valores que lhes orientem a vida. Não há, portanto, como fugir à filosofia no campo da educação. Ela se relaciona intimamente com a função nem sempre levada a sério e, não obstante, fundamental, de avaliar. De fato, a avaliação resume, de certo modo, ou acompanha, como um vetor ou como um eixo orientador, todo o processo educacional. Ela se faz presente no início do processo, ao estabelecermos as metas; no seu decurso, quando traçamos e executamos as estratégias; no final, quando julgamos o que e quanto foi cumprido. Ora, avaliar é emitir juízos de valor e estes implicam sempre, queiramos ou não, consciente ou inconscientemente uma posição filosófica, uma filosofia.



Referências bibliográficas   
KNELLER, Georges. Introdução à filosofia da educação. 4.ed. Rio de Janeiro: Zahar, 1972.
http://mabgeo.blogspot.com.br/2012/05/o-que-voce-entende-por-filosofia-da.html

"Teoria dos dois mundos"


Platão foi um filósofo grego (427 a.C.?-347 a.C.?), um dos mais importantes de todos os tempos. Suas teorias, chamadas de platonismo, concentram-se na distinção de dois mundos: Sensível e Inteligível, e apresentam-se como o cerne do pensamento platônico e se encontra explicitada no famoso “Mito da Caverna”. Com a criação da teoria da distinção dos mundos sensível e inteligíveis, Platão, denomina a matéria como algo imperfeito, em constante estado de mudança, era preciso que a filosofia se afastasse do mundo sensível, para ocupar o mundo verdadeiro, visível apenas ao pensamento. Dai o surgimento de dois mundos diferentes e separados. O mundo sensível, dos fenômenos e acessível aos sentidos, e o mundo das ideias gerais ou inteligíveis, definido como o mundo das essências imutáveis, que o homem atinge pela contemplação e pela depuração dos enganos dos sentidos.
A “Ideia” para Platão representa uma causa inteligível, ou seja, representa aquilo que o pensamento mostra quando está livre do sensível, constituindo o chamado “verdadeiro ser”. Portanto, o mundo sensível, é uma espécie de imitação do inteligível, tal qual uma pintura de uma árvore é uma imitação da árvore verdadeira.
No “Mito da Caverna”, onde Platão faz uma alegoria usada por Sócrates para esclarecer algumas questões sobre a importância da Educação dos filósofos para serem governantes da cidade justa. Muitas vezes, nos sentimos aprisionados, e permanecemos aprisionados por uma grande parte da vida, alguns até por toda a vida. Os grilhões e as correntes da “caverna” são a nossa ignorância e tudo aquilo que permitimos nos aprisionar, que não nos permite sair em busca do conhecimento, aquilo que nos faz ver apenas “sombras” do que é, na verdade, a realidade, tais como: a religião, preconceito, filosofias sociais, subculturas populares falsas, falta de estudos, preguiça, conceitos políticos, vícios, afinal, aquilo que não nos permite pensar e refletir e o que não nos permite caminhar e poder analisar ou pensar sobre o que vemos. O que não nos permite “virar o pescoço” e olhar para os lados. Enfim, o senso comum é o que prende o homem no fundo da caverna, é preciso sair do senso comum, do fundo da caverna, e ver o que o mundo lhe prepara. A luz do Sol no mundo das ideias a luz do sol refletida é apenas um surto de consciência dos seres humanos normais, e que sua visão afetada, não consegue entender certas situações, que “dentro da caverna”, ele não é capaz de entender que a luz vem do sol, e que o mesmo é capaz de regular as estações, que governa tudo no mundo visível e que dentro da caverna seria impossível entender o sol e o mundo visível. O ser humano é mutável, ou seja, está sempre mudando, se refazendo, nada é eterno, nada permanece como verdade para sempre. O mundo iluminado pelo sol representa uma busca incessante por “algo a mais”, por provas de si mesmo. Além do mundo real que estava lá fora, o ser também se torna real, por estar consciente de si mesmo e dos outros homens existentes no mundo real. O prisioneiro que se liberta da caverna mostra a consciência que conduz ao mundo das ideias, é o esforço necessário para sair do marasmo e do conformismo, e liberta o homem dos seus grilhões.

http://santuariodosfilosofoscontemporaneos.blogspot.com.br/2008/09/o-mito-da-caverna-em-partes.html

quarta-feira, 23 de maio de 2012

Teoria da “Maiêutica” defendida por Sócrates

A Teoria da “Maiêutica” defendida por Sócrates dá à luz a um novo conhecimento, um aprofundamento que não chega ao conhecimento absoluto. Ele comparava frequentemente este método com a profissão da mãe: era possível trazer a verdade à luz. O seu sentido de humor confundia os seus interlocutores, que acabavam por confessar a sua ignorância, da qual Sócrates extraía sabedoria. Um exemplo clássico da aplicação da maiêutica é um diálogo platônico (intitulado Mênon), no qual Sócrates leva um escravo ignorante a descobrir e formular vários teoremas de geometria.
A maneira como Sócrates fazia as pessoas conhecerem-se a si mesmas também estava ligada à sua descoberta de que o homem, em sua essência, é a sua psyché. Em seu método, chamado de maiêutica, ele tendia a despojar a pessoa da sua falsa ilusão do saber, fragilizando a sua vaidade e permitindo, assim, que a pessoa estivesse mais livre de falsas crenças e mais susceptível à extrair a verdade lógica que também estava dentro de si.
Sócrates pretendia que o seu questionamento sistemático levasse os outros a um ponto crucial de consciência crítica, procurando a verdade no seu interior, dando assim lugar ao "parto intelectual". A maiêutica é, assim, a fase positiva, construtiva, do método socrático que permite o acordo através das certezas universais obtidas pela definição após a discussão. Trata-se de um diálogo do primeiro período que se caracteriza pela ausência da teoria da reminiscência que serve de fundamento à maiêutica. Ele nada ensinava, apenas ajudava as pessoas a tirarem de si mesmas opiniões próprias e limpas de falsos valores, pois o verdadeiro conhecimento tem de vir de dentro, de acordo com a consciência, e que não se pode obter expremendo-se os outros. Dessa forma, entendemos que até mesmo na atividade de aprender uma disciplina qualquer, o professor é um orientador, um guia e esclarecer dúvidas.

Método “Pedagogizador” e a Prática Educacional voltada para Intersubjetividade.


PEDAGOGIZADOR
Se resume a instruir, reproduzir um tipo de conhecimento que não é relevante para as reais necessidades do aluno. Submete os conteúdos científicos a objetivos explícitos de cunho ético, filosófico, político, que darão uma determinada direção (intencionalidade) ao trabalho com a disciplina e a formas organizadas do ensino. Nesse sentido, converter a ciência em matéria de ensino, é colocar parâmetros pedagógico-didáticos na docência da disciplina, ou seja, juntar os elementos lógico-científicos da disciplina com os políticos-ideológicos, éticos.

INTERSUBJETIVIDADE
Busca produzir sujeitos capazes de linguagem e de ação, calcadas em razões e argumentações justificadas, legítimas, exigências fundamentais para atender às demandas sociais, culturais, econômicas e éticas da modernidade. É umas das áreas que envolve a vida do homem tem como intuito de discutir os rumos da sociedade – indivíduo como sujeito e ator social, que reflete sobre os problemas da sociedade, interpreta, participam, dialoga, enfim, luta por interesses comuns. Uma educação guiada pela intersubjetividade tem em vista a valorização social, política, econômica e ética. Assim, a prática da intersubjetividade no campo da educação supera o modelo “pedagogizador” ao tornar indivíduos mais livres, autônomos, capazes de avaliar seus atos à luz dos conhecimentos, à luz das normas sociais legítimas, tendo propósitos lúcidos e sinceros, abertos à crítica.
A escola deve levar em consideração as mudanças que ocorrem na sociedade, discutindo inclusive, o modelo técnico-científico pautado pela razão instrumental, no sentido de preparar o educando para lidar com os fenômenos que dele surgem, como por exemplo, a globalização, a crise econômica e a política de mercado. Assim, a prática da intersubjetividade no campo da educação supera o modelo “pedagogizador” ao produzir indivíduos mais livres, autônomos, capazes de avaliar seus atos à luz dos acontecimentos, à luz das normas sociais legítimas e legitimadas pelos processos jurídicos e políticos, usando suas próprias cabeças, e tendo propósitos lúcidos e sinceros, abertos à crítica.

Filosofia Moderna


A filosofia da idade moderna nasceu graças aos trabalhos dos protagonistas do renascimento cultural e científico dos séculos XIV e XV entre eles Nicolau Copérnico, Leonardo da Vinci, e dos esforços de cientistas e pensadores como Galileu Galilei, Francis Bacon, René Descartes e Emanuel Kan nos séculos seguintes e tem entre suas características:

a) O Racionalismo

A filosofia moderna propriamente falando iniciou-se com a teoria do conhecimento do René Descartes. Conhecido como pai da filosofia moderna, parece que ele levou muito a sério as palavras do Leonardo Da Vinci que diz "Quem pouca pensa, muito erra."! Na Idade Média, na sociedade e na política a Palavra de Deus, considerada fonte única do conhecimento absoluto, foi interpretada pela igreja que dominava todos os aspectos da vida. O renascimento trouxe uma ênfase renovada no desenvolvimento científico e na capacidade humana e a necessidade de uma nova definição do ser humano e seu lugar no mundo. Na modernidade a chamada Idade da Razão então, surgiu à necessidade de redefinir os paradigmas, Descartes na declaração, "penso logo existo", descrito pelo Prof. Wesley Dourado na palestra "Aspectos Gerais da Filosofia Moderna" sobre as como um "ponto arquemédico [...] a verdade inicial da qual se poderá constituir outras verdades" iniciou esse processo. Ele declara que o homem, ser racional por natureza, tem a capacidade de alcançar o conhecimento e mais que isso, sua existência é definida pelo ato de pensar.

Por entender ser possível chegar ao pleno conhecimento através do processo de pensamento racional, Descartes, idealizou um processo de dúvida metódica pelo qual através da rejeição (eliminação) de pensamentos ou ideias em que resida a menor dúvida o homem seria capaz de alcançar o conhecimento. As obras do Descartes formaram a base sobre qual os racionalistas desenvolveram seus processos.

b) O Empirismo

Quando Leonardo Da Vinci afirma que "A sabedoria é filha da experiência" (ABBAGNANO, §388) ele de fato resume em poucas palavras a crença dos empiristas ingleses cujo trabalho antecedeu por quase um século. Francis Bacon, John Locke, David Hume e outros pensadores contra posição aos racionalistas do continente europeu desenvolveram e propagavam o raciocínio experimental, ou seja, a teoria de que o único caminho pelo qual o homem pode chegar ao conhecimento é através da experiência sensível (empírica). Marlene Chauí explica que Francis Bacon "propõe a instauração de um método, definido como modo seguro de 'aplicar a razão à experiência', isto é, de aplicar o pensamento lógico aos dados oferecidos pelo conhecimento sensível". (2006 p.126)

Marlene Chauí afirma que para os empiristas o contato com o mundo externo através de um conjunto de sensações (através dos sentidos) leva a um processo de dedução que possibilita o conhecimento, "O conhecimento é obtido por soma e associação das sensações na percepção e tal soma e associação dependem da frequência, da repetição e da sucessão dos estímulos externos e de nossos hábitos". (2006 p.133) Um fator marcante da modernidade é a separação entre a Filosofia e a Ciência empírica. A ciência moderna, dependente nas experiências desenvolvidas em situações controladas, é empírica por natureza, contrastando-se com o pensamento do Aristóteles que percebia a Metafísica como ciência primeira.

c) A perfectibilidade.

Os precursores da filosofia moderna entre eles Leonardo da Vinci, Copérnico e Galileu acreditaram na perfectibilidade da natureza e defenderam a teoria da perfectibilidade da razão humana. Iniciou-se uma "busca por expressar, entender, explicar pela razão perfeita a natureza perfeita". A ciência renascentista entendeu que pelo fato que Deus criou a natureza é possível conhecer Deus através da natureza e, portanto, produzir conhecimento. Em sua epistemologia Immanuel Kant sintetizou as teorias do Descartes e os racionalistas continentais e Hume e os empiristas ingleses. O processo de racionalização, característico da Modernidade, que começara com os renascentistas e com os cientistas, e passara por Descartes e pelos empiristas, podia agora, ser compreendido por Kant como um processo que representava o curso natural da evolução da sociedade. Finalmente o ser o humano estava apto para raciocinar sobre a própria razão. (UMESP 2009 p.11)

Leonardo da Vinci via nas formas perfeitas da matemática uma maneira de ilustrar a perfeição do corpo humano (o homem vitruviano) e assim tomou o curso da teoria da perfectibilidade. Kant, por sua vez, via na possibilidade do homem chegar à perfeição um processo natural de desenvolvimento rumo ao esclarecimento (Aufklãrung), um processo evolução pela qual o homem atinge sua maioridade, processo que depende não de condições externas, mas, na vontade do homem, só não tem condições de alcançar essa independência os preguiçosos que escolhem permanecer na minoridade sob a tutela intelectual de terceiros.

Embora enfatizando e dando destaque alto à razão e a perfectibilidade humana, Kant e outros filósofos modernos não fizeram nenhuma ruptura dramática dos valores religiosos da idade média. Essa ruptura veio com os Iluministas franceses como Voltaire e Diderot que produziram obras laicas e seculares e, por vezes extremamente críticas da ação de igreja e sua influência opressiva na sociedade e interferência no governo.

Racionalismo, Empirismo e Criticismo


O Racionalismo é a filosofia que enfatiza o papel da razão, que garante a aquisição e justificação do conhecimento sem auxílio (Blackburn, 1997). Iniciou-se com as novas descobertas da Revolução Científica e caracterizou-se a princípio pela posição de que a razão pode nos apresentar o mundo e de que a ciência deve separar-se da filosofia, então seria responsabilidade da filosofia o embasamento racional das novas descobertas. Como grande representante do período, Descartes foi o primeiro a oferecer uma resposta para o impasse. Ele delimita a modernidade: o surgimento do subjetivismo como apelo ao homem criador, dominador e conquistador da natureza – o homem pensante. Descartes, comumente chamado de principal pensador da racionalidade moderna, iniciou seus estudos afirmando que só se conhece a realidade pela razão, a isso chamamos Racionalismo a verdade é representada, subjetivamente, isto é, na consciência do homem e não no mundo. Ainda define a valorização positiva do indivíduo e de sua subjetividade como espelho do governo da razão. O Racionalismo é a corrente central no pensamento liberal que tem por objetivo estabelecer e propor caminhos para alcançar determinados fins. Esses fins são postulados em nome do interesse coletivo, que é a base do liberalismo e que se torna também a base do racionalismo. O racionalismo é baseado nos princípios da busca da certeza e da demonstração, sustentados por um conhecimento a priori, ou seja, conhecimentos que não vêm da experiência e são elaborados somente pela razão. Descartes usou uma analogia significativa, onde comparou o conhecimento humano a uma árvore, sendo as raízes a metafísica e o tronco a física. Assim sendo, caberia à filosofia definir os fundamentos, e à ciência os fenômenos e fatos em si.

Sendo um racionalista convicto, Descartes procurou combater os cépticos e reabilitar a razão.

O Empirismo é juntamente com o racionalismo, uma das grandes correntes formadoras da filosofia moderna (século XVI-XIX). Enquanto que o racionalismo de Descartes explicava o conhecimento humano a partir da experiência do individuo de idéias inatas que se originavam em último da análise de Deus, os empiristas pretenderam dar uma explicação do conhecimento a partir da experiência, eliminado desta forma a noção de idéias inatas, considerando obscura e problemática. Os defensores do empirismo afirmam que a razão, a verdade e as idéias racionais são adquiridas por nós pela experiência. Nossos conhecimentos começam com a experiência dos sentidos, isto é, com as sensações. Os objetos exteriores excitam nossos órgãos dos sentidos e vemos cores, sentimos sabores e odores, ouvimos sons, sentimos a diferença entre o áspero e o liso, o quente e o frio, etc. No decorrer da história da Filosofia muitos filósofos defenderam a tese empirista, mas os mais famosos e conhecidos são os filósofos ingleses dos séculos XVI ao XVIII, chamados, por isso, de empiristas ingleses: Francis Bacon, John Locke, George Berkeley e David Hume. O empirismo é uma característica muito marcante da filosofia inglesa.

O Criticismo caracteriza-se pela posição de considerar a análise crítica da possibilidade, do valor, da origem e dos limites do conhecimento racional seriam o ponto de partida do conhecimento filosófico. Pode ser considerado uma crítica ao Racionalismo e ao Empirismo. Criticismo tem origem no alemão Kritizismus, representa em filosofia a posição metodológica própria do kantismo. Caracteriza-se por considerar que a análise crítica da possibilidade, da origem, do valor, das leis e dos limites do conhecimento racional constituem-se no ponto de partida da reflexão filosófica. Doutrina filosófica que tem como objeto o processo pelo qual se estrutura o conhecimento. Estabelecida pelo filósofo alemão Immanuel Kant, a partir das críticas ao empirismo e ao racionalismo. Nascido na Alemanha, Kant interessou-se desde o início pela ciência newtoniana e se questionava a respeito da natureza do nosso conhecimento. Influenciado pela leitura de Hume, em especial pelas criticas que este faz ao dogmatismo racionalista, Kant (1724-1804) tenta encontrar uma solução que supere a dicotomia representada pelo ceticismo empírico e pelo racionalismo. Ao analisar a estrutura sensível, Kant descobre duas formas da sensibilidade responsáveis por ordenar as sensações ou impressões no sujeito: espaço e tempo. A capacidade de sermos afetados pelo objeto está a priori no ser humano, ou seja, precede qualquer experiência, sendo, portanto, necessária e igual em todos os seres humanos. Ela é denominada intuição pura. Portanto o contexto da reflexão kantiana seria o século XVIII, marcado por duas ciências que apresentavam resultados indiscutíveis para a humanidade: matemática e física. Tendo como pressuposto o ideal iluminista da razão autônoma capaz de construir conhecimento, Kant vê a necessidade de proceder à análise crítica da própria razão como meio de estabelecer seus limites e suas possibilidades.

Kant propõe o "método transcendental", método analítico  com o qual empreenderá a decomposição e o exame das condições de conhecimento e dos fundamentos da ciência e da experiência em geral.

terça-feira, 22 de maio de 2012

Pensamento Educacional de Platão e Aristóteles: influência ou não destes filósofos na Educação atual.


A educação, segundo a concepção platônica, visava testar as aptidões dos alunos para que apenas os mais inclinados ao conhecimento recebessem a formação completa para ser governantes. Essa era a finalidade do sistema educacional planejado pelo filósofo, que pregava a renuncia do indivíduo em favor da comunidade. Somente os que fossem bem-sucedidos se tornariam governantes ou “guardiães do Estado”. Todo o sistema educativo de Platão se baseia na procura da Verdade cuja posse definirá o verdadeiro filósofo e também o verdadeiro político. Platão acreditava que os homens são diferentes por natureza, devendo ser colocados em classes que correspondam às diferenças básicas, desenvolveu um plano educacional que atenderia a essa necessidade. Segundo Platão, se o Estado adotasse tal sistema educacional, teria uma sociedade ideal, na qual todos se dedicariam ao trabalho para o qual fossem aptos e estivessem preparados, e a sociedade, assim, seria feliz. Quando sugere o sentido da Educação como Paidéia (Educação integral – corpo e alma), como um meio de construção de uma república ideal, sedimentada no Bem, no Justo e no Belo, ele dá um caráter muito parecido com o que entendemos de educação hoje. Platão aponta uma perspectiva que ainda alimenta a mística da educação como promoção e qualidade do ser. Ou seja, uma coletividade justa e voltada para o bem nasce de um processo em que os indivíduos são educados para a construção Justiça, embora ela nem sempre seja fácil de ser conceituada, fundamentada ou mesmo justificada pela argumentação. 

Aristóteles aponta na Politéia, de Homero, há uma proposta educacional muito curiosa, pois os deuses têm características humana. Não só formas, mas atitude humana como ciúme, raiva, amor etc. Isso já dá uma perspectiva interessante, ou seja, se investimos na qualificação do nosso ser, através da educação, podemos alcançar um nível mais elevado de nossa existência, muito embora não tenhamos o dom da imortalidade, podemos nos assemelhar aos deuses na busca do conhecimento. Para Aristóteles a Educação é superior às leis e o círculo da ciência do ser humano se “fecha” na educação. A educação deve ser pública e deve ser direcionada para a virtude. A virtude depende em boa parte da educação, da experiência e do tempo. Para Aristóteles, a virtude se define pelo meio termo entre o excesso e a falta, ou seja, é o meio termo entre dois defeitos. A doutrina platônica é insuficiente, como explicação, para Aristóteles, porque ela é incapaz de buscar uma causa que sustente o encadeamento de causas que é necessário para compreender os problemas relativos aos seres humanos. As tentativas de explicações que existiam até então, não eram suficientes segundo o pensador de Estagira, porque a concepção das ideias inatas não tem procedência na reminiscência, mas procedem dos sentidos por efeito da atividade do espírito, como ele aponta logo no primeiro capítulo do fragmento.

As teorias de Platão e Aristóteles, ressaltando o emprego da educação pelo Estado como meio de preparar bons cidadãos, exercem grande influência em nossa sociedade para criar cidadãos que possam defendê-la, torná-la melhor, mais justa e mais humana. Vale ainda, salientar que o estudo da história da educação é indispensável ao conhecimento da educação contemporânea. O percurso histórico possibilita encontrar o caminho de uma educação realmente voltada para o desenvolvimento pleno do homem e sua realização como cidadão, procura educar o homem para uma boa convivência em sociedade, em grupo, respeitando as leis e as individualidades. Para Platão, os alunos deveriam descobrir as coisas superando os problemas impostos pela vida. A educação deveria funcionar como forma de desenvolver o homem moral. Deveria dedicar esforços para o desenvolvimento intelectual e físico dos alunos.
Referência: filosofead.blogspot.com/.../influencia-de-platao-e-aristoteles-na.html

Definição de ONTOLOGIA

O termo “ontologia”vem do campo da filosofia que se preocupa com o estudo do ser ou existência, lida com a nossa constituição mais íntima, isto é, com o nosso ser. A Ontologia de Aristóteles oferece categorias primitivas, tais como substância e qualidade, é uma ciência do Ser, da Essência humana.
A compreensão do papel filosófico da educação reside na tentativa de nos remetermos para fora de nós mesmos, mantendo o nosso ser, fazendo desse movimento uma construção dos conceitos que orientam e direcionam o nosso agir, recriando um ambiente em que o coletivo se efetiva pela qualificação das pessoas. Percebemos, no entanto, que o ensino não é somente transmissão de conceitos ou conteúdos, mas um treinamento ontológico, uma forma de lapidar os seres para que possam conviver de forma mais harmônica na sociedade. No caso de computação e da ciência da informação, ontologia é um termo técnico denotando um artefato que é projetado para uma finalidade, que é a de permitir a modelagem de conhecimento sobre algum domínio, real ou imaginário. A expressão tem sido adotada desde o início por pesquisadores de Inteligência Artificial (IA), que reconheceram a sua aplicabilidade ao trabalho da lógica matemática e eles argumentaram que poderiam criar novas ontologias como modelos computacionais que permitiriam certos tipos de raciocínio automatizado.